sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Marcas

Certas coisas acontecem na nossa vida apenas uma vez. Talvez porque tenha que ser assim. Talvez porque se acontecesse outra vez não seria tão bom, tão válido...

Mesmo assim, sua intensidade é tão forte que suas conseqüências são sentidas todos os dias. E sempre vai ser assim.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Fundindo horizontes

Não importa o nome que se dá ao que existe entre as pessoas, e sim o quê existe entre elas.
Não importa o tempo que as pessoas permanacem em nossas vidas, e sim sua intensidade e o que fica guardado.
Não deixe o egoísmo te dominar. Arrogância só traz solidão

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Conclusão de muitas coisas

A vida é curta. A vida é bela e passageira. E o melhor de tudo é encontrar almas que combinam com as nossas.
Levar essas coisas boas é o que temos que fazer, independente do que aconteça.

domingo, 16 de novembro de 2008

Solidão Que Nada

É como procurar algo o tempo todo e não achar. Buscar algo ou alguém com as mesmas sensações e impressões sobre as coisas mínimas e máximas. Procurar, procurar, procurar e não achar.

É viver de pensamentos. É como andar contra o fluxo sem ser percebido. É como não ter onde se agarrar quando a situação aperta. É querer não incomodar os outros com seus problemas. É não achar companhia para se fazer o que mais gosta. É como proclamar a indepedência sem ter vontade. É sentir prazer em estar só e depois se repreender. É ter um sentimento tão grande que, em nome dele, o que mais importa é ver 'certas' pessoas felizes do que junto a você. É se contentar com versos que, certamente, não foram feitos pra você.

Por mais que o mundo dê voltas, que se goste de muitas pessoas, que se tenha um círculo de amizades considerável, a sensação de se sentir sozinha é imensa. É possível existir solidão mesmo quando se está rodeado de pessoas?

É Cazuza, vou ter que discordar de você. A solidão não é, como você disse, 'prentensão de quem fica escondido fazendo fita'. Muitas vezes somos obrigados a conviver com este sentimento. De vez em quando ele é bom, faz bem, ajuda na reflexão, no auto-conhecimento. Mas quando ela passa a ser constante e sufocante, o bicho pega. Não há nada que tire o sufoco, nem o vento na cara, nem nada. Só passa quando se encontra, finalmente, o que se procura.

sábado, 15 de novembro de 2008

Vírus Da Bondade

Hoje é dia 10 de novembro e grande parte do comércio paulistano já está decorado para o Natal. Parece que a cada ano, a corrida para quem enfeita primeiro seu estabelecimento começa mais cedo. Sendo assim, vai chegar um tempo em que tudo estará decorado para o Natal 365 dias por ano.

É no Natal, que as pessoas contaminadas pelo ‘espírito natalino’, redimem-se de todos os seus pecados feitos durante todo o ano e saem por aí querendo ajudar organizações não governamentais, instituições de caridade, orfanatos, creches, moradores de rua.

Mas, e no decorrer dos outros dias do ano, será que essas pessoas também não precisam de ajuda, de alimento, roupas, carinho?

Talvez, esse seja um dos maiores obstáculos que as entidades que cuidam dessas pessoas, tenham que transpor: a falta de ajuda em outras épocas do ano sem ser o Natal. Quando conversei com o senhor José Carlos, diretor do Lar Bom Repouso que cuida de pessoas que antes moravam nas ruas de São Caetano do Sul, ele citou essa situação. Disse também que é difícil fazer com que as pessoas deixem de assistir a novelas das oito para sair de casa e ajudar quem precisa.

É preciso que esse ‘espírito natalino’ nos contamine de uma forma irremediável, como um vírus sem cura. Todos os dias, em todos os cantos da nossa cidade, sempre existe um alguém que precise de nossas mãos estendidas, do olhar atencioso e de mínimas ações que, talvez, façam a diferença no dia dela.

(10/11/2008)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Maria, Maria

Todos a chamam de Maria e ela responde. Mas será mesmo esse seu nome?
Maria vive, há pelo menos dez anos, ali na rua Cel. Gustavo Santiago, próximo ao metrô Carrão na zona leste de São Paulo.
Seus cabelos desgranhados estão sempre presos em forma de qualquer coisa. As roupas sempre muito velhas. Na verdade, usa as que aparecem. Até de palhaço já se vestiu. As unhas sempre com esmalte descascados. E os pés em velhos chinelos havaianas.
Com o que acha pela rua, ela mobília sua “casa”. Já teve sofá, mesa de centro, tapete, estante e até quadro. Nas noites de frio recorre à fogueira e nas de calor deve admirar as estrelas. Quando chove refugia-se no toldo do tintureiro. Ela sabe se virar.
Lava as roupas com a água que sai de um edifício e, com sorte, usa até sabão em pó! Gasta boa parte do dinheiro que ganha nas ruas com seus inseparáveis cigarros.
Em algumas noites acorda a vizinhança dizendo aos berros que o “estrupador” vem aí. Maria tem uma língua bem afiada. Quem passa por ela que o diga.
Muitos dizem que ela tem casa, marido, filhos... mas escolheu viver assim. Independente de sua escolha Maria é, como diria Milton Nascimento em música homônima, “uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta”.

(02/11/2008)

A Vida Até Parece Uma Festa


Eu nem me lembro quando foi a primeira vez que eu ouvi Titãs. Lembro-me que meu pai, assim que compramos um aparelho de CD, comprou um CD laranja deles. E eu tomei gosto pela banda.

Acho que foi em janeiro de 1999 que eu [com 13 anos], minha irmã e meu pai fomos ao show deles numa praia. Eu só sabia cantar duas músicas antigas: Sonífera Ilha e Homem Primata. Depois, com a chegada da internet aos meus dedos e ouvidos, pude pesquisar um pouco mais sobre a banda e também conhecer outras músicas além daquelas que tinham no tal CD laranja.

E hoje, eu fui assistir ao filme Titãs - A Vida Até Parece Uma Festa. E eu pude conhecer um pouco mais da história deles e ver tudo aquilo que perdi por ter nascido no ano de 1986. O filme é resumo da história dos oito titãs através das imagens gravadas por eles durante esses mais de 25 anos. Com a direção do titã Branco Mello e Oscar Rodrigues Alves, o filme diverte, emociona e te faz sair cantarolando alguma canção titânica por aí.

(29/10/2008)

Big Brother Fora De Época

E por muito tempo ainda vamos ouvir falar sobre Eloá, Lindemberg, Nayara, se houve ou não tiro antes da invasão dos policiais...
É sempre triste ver a morte de um jovem. Os jovens ainda teriam uma vida pela frente, um futuro a conquistar, realizações a serem feitas e alegrias a serem dadas. E quando essa morte é injusta e acontece de forma trágica, a indignação contamina e a revolta surge.
Nada justifica o que aconteceu. Quem ama não quer o mal da pessoa amada e muito menos mata. Quem ama só quer o bem do amado mesmo que esse bem seja longe de seu coração. Qualquer pessoa com uma arma na mão se torna um perigo para as pessoas que estão próximas. Qualquer pessoa com uma arma na mão se torna um criminoso. Não tem como um sentimento como o amor justificar tais atitudes.
E esse seqüestro se tornou uma espécie de Big Brother fora de época. Era ligar a TV e acessar sites noticiosos que você via a cobertura completa de tudo o que acontecia dentro daquele apartamento. Lindemberg era líder. Eloá e Nayara estavam no paredão e a Sônia Abrão era, praticamente, o Bial!
A cada caso de grande exposição na mídia, os especialistas em sensacionalismo ficam cada vez mais profissionais. Entrevistar um seqüestrador, ao vivo e em rede nacional foi a grande novidade na área. Tomara que não vire moda, pois se virar vamos tornar nossos criminosos em celebridades. Celebridades de última linha.
A investigação está apenas começando e existe uma pressa para que se conclua tudo rapidamente. É como se outros crimes não estivessem acontecendo pelo país. É como se não houvesse um segundo turno nas eleições municipais no próximo domingo. É como se outras vítimas da frieza humana fossem esquecidas.

(22/10/2008)

Pessoas e livros

Enquanto eu esperava a minha vez de usar o computador [existe uma fila com regras nada claras e objetivas para isso] comecei a ler um livro. Não curti na primeira página e isso porque não têm meia página escrita. Não gostei do tamanho da letra, da fonte, do modo em que o texto está disposto. Resumindo, eu não fui com a cara do livro. E olha que aqui em casa duas pessoas já leram, já presenteei alguém com ele, conheço uma pessoa que o comprou. Enfim, é um livro bem vendido, popular e eu não gostei.

Fiquei pensando sobre isso e conclui que o mesmo me ocorre com as pessoas. Muitas vezes elas são ótimas, grandes amigas de pessoas que eu realmente gosto, se dão bem com a grande maioria, causam influências em seus meios de convívio e eu, simplesmente, não consigo enxergar a mesma coisa que as outras pessoas. Quando, de primeira, eu não sinto afeição, não adianta. Para que eu mude de idéia, montanhas precisam ser movidas.
Preciso dar uma chance pro livro. Preciso dar uma chance para algumas pessoas.

(15/10/2008)

Existe

E por trás dessa face extrovertida e social existe uma pessoa extremamente tímida, fechada e medrosa.
Existe uma imensa vontade de libertação que sempre bate nas paredes sólidas do orgulho.
Existe sempre um motivo para auto-repressão, vergonha e o medo de não se chegar naquilo que se sonhou e planejou.
Existe um gosto extremo pelas coisas naturais resultadas simplesmente pela vontade pura que o momento pede. Forçar uma ação só pela curiosidade chega a ser quase inédito.
Existe vontade de se experimentar sabores novos, venenos proibidos e libertar desejos reprimidos.
Existe um coração.
Existe felicidade, alegria, bom-humor e um sorriso. Isso sempre existirá.

(13/10/2008)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Se essa rua fosse minha...

Rua sf (lat. ruga): Caminho público ladeado de casas ou muros, nas povoações.
Essa é a definição que o dicionário Michaelis dá para o que algumas pessoas chamam de lar.
Muitos fazem do chão das calçadas seus colchões, dos papelões seus cobertores e das estrelas seus tetos. É uma realidade dura e cruel.
Segundo uma estimativa feita pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), cerca de 10.700 pessoas moravam nas ruas de São Paulo em 2003 . O que leva uma pessoa a ver na rua a última opção para se morar? As respostas não são difíceis de se encontrar. Desemprego, falta de estrutura familiar, vícios, problemas judiciários e mentais são as principais delas.
Em cada morador de rua encontramos uma história. Essas pessoas deixaram para trás família, emprego, amigos, vizinhos, sua origem. Agora, fazem parte de uma minoria da sociedade que, a cada dia, luta para ter o mínimo de dignidade possível.
As pessoas olham para os moradores de rua como se eles fossem invisíveis, como se eles fizessem parte da arquitetura da selva de pedras em que moramos. Falta-lhes alimento, emprego, comodidade, respeito, amor. E a nós falta amor ao próximo para começar a modificar esta triste realidade.
(25/10/2008)

domingo, 9 de novembro de 2008

Tirando a poeira...