terça-feira, 11 de novembro de 2008

Big Brother Fora De Época

E por muito tempo ainda vamos ouvir falar sobre Eloá, Lindemberg, Nayara, se houve ou não tiro antes da invasão dos policiais...
É sempre triste ver a morte de um jovem. Os jovens ainda teriam uma vida pela frente, um futuro a conquistar, realizações a serem feitas e alegrias a serem dadas. E quando essa morte é injusta e acontece de forma trágica, a indignação contamina e a revolta surge.
Nada justifica o que aconteceu. Quem ama não quer o mal da pessoa amada e muito menos mata. Quem ama só quer o bem do amado mesmo que esse bem seja longe de seu coração. Qualquer pessoa com uma arma na mão se torna um perigo para as pessoas que estão próximas. Qualquer pessoa com uma arma na mão se torna um criminoso. Não tem como um sentimento como o amor justificar tais atitudes.
E esse seqüestro se tornou uma espécie de Big Brother fora de época. Era ligar a TV e acessar sites noticiosos que você via a cobertura completa de tudo o que acontecia dentro daquele apartamento. Lindemberg era líder. Eloá e Nayara estavam no paredão e a Sônia Abrão era, praticamente, o Bial!
A cada caso de grande exposição na mídia, os especialistas em sensacionalismo ficam cada vez mais profissionais. Entrevistar um seqüestrador, ao vivo e em rede nacional foi a grande novidade na área. Tomara que não vire moda, pois se virar vamos tornar nossos criminosos em celebridades. Celebridades de última linha.
A investigação está apenas começando e existe uma pressa para que se conclua tudo rapidamente. É como se outros crimes não estivessem acontecendo pelo país. É como se não houvesse um segundo turno nas eleições municipais no próximo domingo. É como se outras vítimas da frieza humana fossem esquecidas.

(22/10/2008)

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